29 de outubro de 2003

Dois dentro mim

Dizia-me Zé Bogada Bogalho embalado pelo calor da fogueira da velha barrica de Petróleo...
- Sabes...Graibaldo...as vezes tenho dois dentro mim, uma revolta ca dentro, uma luta constante...entre o quer e o quer não quer, entre o de paz e o de guerra...entre o que fica e o que vai, entre o que chora e o que ri...
- Esses momentos devem ser muito angustiantes para ti...
- Não... o pior é que ainda são os que passo melhor...em todos os outros momentos em vez de dois são três ou quatro que se esfolam ca dentro.
- Pois.. Zé Bogada Bogalho...mas não te preocupes, tudo isso se torna normal, é um sinal da mutação de valores e padrões sociais, um sinal das novas civilizações. Olha! Ainda a semana passada, numa das vezes que consegui entrar no velho cinema, assisti a secção das 23 horas, no filme uma só mulher tinha cinco dentro dela, por isso Zé Bogada Bogalho, o que se passa contigo é um situação perfeitamente normal...

24 de outubro de 2003

O Preguiça e o Marcador Vermelho

Ontem prolonguei-me em saborosa tertúlia com o Preguiça e o Marcador Vermelho, o primeiro assinalava com uma preocupação depressiva o facto de ser órfão, “..nasci de algo que não sei bem o que é...isso desalinha-me...”, dizia. Do outro lado o Marcador vermelho, defina-se “..sou um gajo porreiro..”, depois, falado da sua incompatibilidade com a profissão que nunca escolheu..” estou farto de assinalar erros e pontos anómalos..sinto o meu subconsciente a rasgar-me por dentro, eu sinto que no fundo sou um anarquista defensor das liberdades individuais.. Foda-se! Porque tenho de ser eu a assinalar erros e infracções aos princípios de uma doutrina que não reconheço com minha!!!... "
Nisto encharcam-nos em vinho.. e rimos muito!

15 de outubro de 2003

Maça Roubada

Incomoda-me está esperança alimentada por um resto de ilusão que trago em mim, mas que já não sinto como minha, estás ridículas imagens de meu ser sentado a mesa a deliciar-se com um almoço de dias deferentes, diferentes destes que nada me dizem, tal como as noites sem sentido revestidas de proezas de fantoche, que nos incomodam e nos deixam vexados quando no sobriedade do dia ás analisamos...
Nisto, saltam de um universo paralelo estrelas do mar, grãos de café, e notas de uma musica antiga de Jhon Lenon fulminado-me de vontades indecifráveis...
E, penso, gosto muito de cá andar...depois trinco a maça que roubei na furtaria da esquina.

10 de outubro de 2003

Castraram a Abelha Maia num filme francês de grande nível cultural

Castraram a Abelha Maia num filme francês de grande nível cultural, um primeiro trago muito empírico da cena, trouxe-me logo uma sensação de desconforto, pensei em milésimos de segundo, se estão a castrar a Abelha Maia é porque ela (ou ele) é um transexual.. NÃO!!! Como é que o principal símbolo sexual da minha infância é no fundo um transexual!? nisto um vomito a carne retarda a subiu-me a boca... no entanto a genialidade do realizador presenteou-nos com um plano aproximado...uma prova irrefutável que o terror da cena não estava no facto da Abelha Maia ter um pénis,evergonhei-me por ter duvidado da feminidade da Abelha Maia, era uma castração sem duvida, mas feminina.. um arrancar a frio do clitóris, tal qual as selváticas tradições culturais de algumas tribos africanas... facto que me fez embarcar na construção instantânea de um tese sobre as grandes vantagens da civilização... foi neste momento que o segurança do cinema encontrou o penetra vagabundo, deve ter sido o meu cheiro que o atraiu, deitado entre a segunda e a primeira fila, de taco de "basebol" em riste desferiu um golpe certeiro sobre a minha cabeça...ficando um rasto de sangue a medida que me puxava até a porta de saída...
Que se foda a civilização! Que se foda o cinema francês de grande nível cultural!

6 de outubro de 2003

Acordo com excrementos como colchão, já são para mim com fragrancias silvestres...esfrego os olhos, a multidão roda entre si, mutilam-se em vidas negras, de que, como pintores de hipocrisia, fazem quadros de cores berrantes para oferecer aos amigos. Alguem cospe um pastilha, o cão passa e cheira abanando-se em sinal de processo de descoberta, antagonica essa miúda a quem chamam de descoberta, hoje sei, com se pudesse algum dia saber alguma coisa. Talvez um dia,,, quem sabe se o mundo descola e como um todo se extende na pista planeta terra, nessa hora, talvez das verdades reproduzidas a alto som que não são mais que impressões caladas e silenciosas dos homem do fato negro ou dos outros de bata branca se chegue a um fundo de verdade.