2 de dezembro de 2003

Entristeceu-me...

Entristeceu-me...
Saber que até em ti existe névoas de pretensiosismo ... bastou revelar-me como comum, como o soldado raso que sou, sem as medalhas e condecorações que o mistério poderia adivinhar, para no silencio da ausência desertares...
Saudades...
Do silencio da presença que promovia em cúmplices monólogos os meus desalinhos.
Não te condeno, também eu trinco a maça do pretensiosismo, e da vaidade, e todos os que negam esse pecado, trincam a maça da mentira.
Sorrio...
Perante a possibilidade de a distancia observar-te na tua bicicleta vermelha, e beber a simplicidade, beleza, e arte intrínsecos aos teu percursos...

19 de novembro de 2003

Eu, sou vagabundo, assim o sou por :destino, vocação, e opção!!

Trabalho... e o cansaço trespassa-nos a alma, é mortal este abdicar de sentir, este viver morto, a atitude displicente como aceitamos o imposto em nobres sentimentos fingidos, sentimentos que não ardem como arde o contextuado sentir, apenas guisam em lume brando o nosso fígado junto ao coração retalhado... E o mundo revolta-se contra si próprio , revolta que se inicia no eu para o eu, o eu não se aceita nessa forma negligente como aceita o nada para sua vida, mas a revolta é oprimida, abafada, e em regime de cadeia reciproca torna os dias cinzento, indiferenciados da noite, confundido-se na futilidade e brevidade...
Eu, sou vagabundo, assim o sou por:destino, vocação, e opção, sabendo que nenhum destes 3 conceitos tem existência concreta. O meu fígado não guisa no mesmo tacho que os fígados do trabalho, mas padece cru e igualmente triste.
Em suma, Merda! Tudo é uma merda! Em toda a atitude, Merda! Mas não é que sabe bem!?
Mais uma dose por favor, esta bem servida!

15 de novembro de 2003

Ardina!

És erótica no teu sofrimento, desejo-te em cada pisar de dedos ao logo do teu corpo firme, as tuas lagrimas são as minhas lagrimas , a tua depressão envolve-me com um sentido de ausência, deixando-me embevecido por torturas até ai geladas , descobrir-te nos gritos das noite de tempos que não são meus, nessas noites que nunca vivi rasgadas por vozes que em ti fecundavam e amei-te como nunca amei ninguém...
Nesses tempos o sol rasgava e o ardina na explodia em gritos contínuos...
- Comprem !! comprem!! Mulher Mata com 7 machadadas nora que traia seu filho!! Comprem!! Vagabundo Conhecido por “Garibaldo”! Da entrada no hospital com o penis entalado numa guitarra Portuguesa!

7 de novembro de 2003

Liberdade sexual

Os zumbidos que chegam da completa futilidade de produção de palavras deixam-me completamente descontrolado.. ninguém gosta de ninguém quando o ninguém não é alguém, ou seja a ausência da presença promove o cusco, quer isto dizer a interacção depende do ataque ao objecto que momentaneamente não pode interagir por inércia ou desconhecimento, por outras palavras, vivemos em tempos de completa liberdade sexual, com uma ausência total de tabus ao pudores, uma vez que passamos a vida a foder-nos uns aos outros rindo sempre muito, tudo isto esta directamente relacionado com a historia de que a vida é uma longa escada em que temos de caminhar degrau a degrau, o que nunca tinha percebido é que somos os degraus uns dos outros, visto isto, ando com uma filha da puta de uma dor de costas e já sei do que é... Por tudo isto é que sempre preferi escrever a preto que azul!

29 de outubro de 2003

Dois dentro mim

Dizia-me Zé Bogada Bogalho embalado pelo calor da fogueira da velha barrica de Petróleo...
- Sabes...Graibaldo...as vezes tenho dois dentro mim, uma revolta ca dentro, uma luta constante...entre o quer e o quer não quer, entre o de paz e o de guerra...entre o que fica e o que vai, entre o que chora e o que ri...
- Esses momentos devem ser muito angustiantes para ti...
- Não... o pior é que ainda são os que passo melhor...em todos os outros momentos em vez de dois são três ou quatro que se esfolam ca dentro.
- Pois.. Zé Bogada Bogalho...mas não te preocupes, tudo isso se torna normal, é um sinal da mutação de valores e padrões sociais, um sinal das novas civilizações. Olha! Ainda a semana passada, numa das vezes que consegui entrar no velho cinema, assisti a secção das 23 horas, no filme uma só mulher tinha cinco dentro dela, por isso Zé Bogada Bogalho, o que se passa contigo é um situação perfeitamente normal...

24 de outubro de 2003

O Preguiça e o Marcador Vermelho

Ontem prolonguei-me em saborosa tertúlia com o Preguiça e o Marcador Vermelho, o primeiro assinalava com uma preocupação depressiva o facto de ser órfão, “..nasci de algo que não sei bem o que é...isso desalinha-me...”, dizia. Do outro lado o Marcador vermelho, defina-se “..sou um gajo porreiro..”, depois, falado da sua incompatibilidade com a profissão que nunca escolheu..” estou farto de assinalar erros e pontos anómalos..sinto o meu subconsciente a rasgar-me por dentro, eu sinto que no fundo sou um anarquista defensor das liberdades individuais.. Foda-se! Porque tenho de ser eu a assinalar erros e infracções aos princípios de uma doutrina que não reconheço com minha!!!... "
Nisto encharcam-nos em vinho.. e rimos muito!

15 de outubro de 2003

Maça Roubada

Incomoda-me está esperança alimentada por um resto de ilusão que trago em mim, mas que já não sinto como minha, estás ridículas imagens de meu ser sentado a mesa a deliciar-se com um almoço de dias deferentes, diferentes destes que nada me dizem, tal como as noites sem sentido revestidas de proezas de fantoche, que nos incomodam e nos deixam vexados quando no sobriedade do dia ás analisamos...
Nisto, saltam de um universo paralelo estrelas do mar, grãos de café, e notas de uma musica antiga de Jhon Lenon fulminado-me de vontades indecifráveis...
E, penso, gosto muito de cá andar...depois trinco a maça que roubei na furtaria da esquina.

10 de outubro de 2003

Castraram a Abelha Maia num filme francês de grande nível cultural

Castraram a Abelha Maia num filme francês de grande nível cultural, um primeiro trago muito empírico da cena, trouxe-me logo uma sensação de desconforto, pensei em milésimos de segundo, se estão a castrar a Abelha Maia é porque ela (ou ele) é um transexual.. NÃO!!! Como é que o principal símbolo sexual da minha infância é no fundo um transexual!? nisto um vomito a carne retarda a subiu-me a boca... no entanto a genialidade do realizador presenteou-nos com um plano aproximado...uma prova irrefutável que o terror da cena não estava no facto da Abelha Maia ter um pénis,evergonhei-me por ter duvidado da feminidade da Abelha Maia, era uma castração sem duvida, mas feminina.. um arrancar a frio do clitóris, tal qual as selváticas tradições culturais de algumas tribos africanas... facto que me fez embarcar na construção instantânea de um tese sobre as grandes vantagens da civilização... foi neste momento que o segurança do cinema encontrou o penetra vagabundo, deve ter sido o meu cheiro que o atraiu, deitado entre a segunda e a primeira fila, de taco de "basebol" em riste desferiu um golpe certeiro sobre a minha cabeça...ficando um rasto de sangue a medida que me puxava até a porta de saída...
Que se foda a civilização! Que se foda o cinema francês de grande nível cultural!

6 de outubro de 2003

Acordo com excrementos como colchão, já são para mim com fragrancias silvestres...esfrego os olhos, a multidão roda entre si, mutilam-se em vidas negras, de que, como pintores de hipocrisia, fazem quadros de cores berrantes para oferecer aos amigos. Alguem cospe um pastilha, o cão passa e cheira abanando-se em sinal de processo de descoberta, antagonica essa miúda a quem chamam de descoberta, hoje sei, com se pudesse algum dia saber alguma coisa. Talvez um dia,,, quem sabe se o mundo descola e como um todo se extende na pista planeta terra, nessa hora, talvez das verdades reproduzidas a alto som que não são mais que impressões caladas e silenciosas dos homem do fato negro ou dos outros de bata branca se chegue a um fundo de verdade.

29 de setembro de 2003

Massas e Embalagens

Descortino, e embalo em grandes considerações sobre abobarás fétidas, no entanto mordem pulgas que nos desligam o encefálico levando-nos pelos trilhos da ignorância atroz (recordo: albatroz!!, que barco lindo). Trilhos que nos fazem alienar nas professais das novas religiões de massas. Tal e qual a “milanesa” (será com Z?, nunca me debrucei sobre embalagens, bem, se pensarmos em embalagens como uma personificação, já me debrucei sobre algumas, mas...), sempre gostei da boa comida italiana, preferindo as pizas as massas, porque as pizas conseguem-se retirar quase intactas dos contentores de lixo...

28 de setembro de 2003

Dói-me os olhos...cobertos de vermelho por um ardor de tanto não chorar...
Penso que pouco passaram das quatro, sinto o rosto sujo...cuspo nas minhas mão encardidas para tentar limpa-lo, noite quente de verão que me inunda de um arrepio frio em estrondos de silencio...
Aqui pernoito pela 4 vez consecutiva, encostado a uma paragem de autocarro, próximo, a porta do prédio N 33 onde a 4 noites entra um corpo alucinante sempre embriagado...um carro aproxima-se e para, é ela novamente, o carro é diferente dos 3 das noites anteriores tal como o tipo odioso que a transporta, ultimo beijo e sorriso...sai do carro. Espero pela 4 vez pelo passo corrido de medo ao pressentir-me, um gesto que me preenche a noite me faz sentir importante porque não lhe sou indiferente, ela teme-me..
Hoje, os saltos altos batem na calçada sempre no mesmo ritmo calmo, dou um murro no vidro da paragem para ela se lembra que estou lá...fica indiferente, continua calma, a revolta toma conta de mim.. levanto-me e grito: “ Sua puta Burguesa!” Ela para.. olha-me de frente e explode numa gargalhada...seguindo no seu passo calmo.
Dói-me os olhos mais, de tanto não chorar.

Garibaldo O Terrível

A vida é um arrepio...com mais ou menos intensidade, para uns mais curto para outros mais lento.. a antítese de filmes americanos, telenovelas venezuelanas... a dor cobre sempre o bem a fortuna premeia o mal....
Sonho um dia cruzar as ruas, e ver as meninas solteiras correr a fecharem-se em casa as mães em pânico a recolher as criancinhas, porque todos sabem quem sou, todos sabem que é,,,,” Garibaldo O Terrível” ...

23 de setembro de 2003

Raros momentos de lucidez

Foda-se!
Cheguei tarde a casa, não tendo casa.. parece-me mal isso.
Amo-te! com todas as minhas forças.. sou capas de tudo por ti...só não sei se tu existes!
Amanha o dia não me correu nada bem, vamos ver se ontem será melhor!

28 de agosto de 2003

ultimo dia!

Nesse dia depois da oração, reparei no semblante carregado de meu pai, o frango no forno fumegava no centro da mesa, as fartas sobrancelhas de meu pai debruçavam-se tenebrosamente sobre os seu olhos, encheu o peito e olhou em seu redor. A sua direita a minha mãe mantinha também uma expressão comprometedora, depois a minha irmã Joana de 4 anos sorria, o sorriso mais enervante que alguma vez conheci, mais a frente ainda a Patrícia, 16 anos, já era uma mulher feita e bonita, do lado esquerdo junto ao meu pai o João 8 anos, acho que sempre me detestou com mesma intensidade que eu gostava dele, depois dele estava eu...meu finalmente depois de um silencio de arrepiar disse:
- Tenho alguma importante a comunicar, as coisas não estão fáceis, neste momento o que ganho não cobre as despesas, por isso eu e a vossa mãe tomamos uma decisão, um de vocês terá de sair de casa.... Garibaldo, tu como o rapaz mais velho fos-te o eleito...
Nesse mesmo dia, sai de casa, 11 anos, uma pequena mala de roupa, e Garibaldo como nome, para enfrentar o mundo....

25 de agosto de 2003

ZETIN!

ZETmorçela
Caldo verde
Pão de centeio com morcela
Arroz doce

4 euros.